ESTÁGIO DE DOCÊNCIA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: CONHECIMENTOS TRAMADOS NA PRÁTICA DIALÓGICA

Resumo

Este trabalho trata-se de um estudo qualitativo com estudantes do curso de Pedagogia da UFRGS as quais realizam seu estágio de docência com turmas de Educação de Jovens e Adultos. Neste estudo, também dialogamos com as professoras regentes das turmas onde são realizados os estágios e professoras de artesanato. Durante o Seminário de Docência em EJA (acompanhamento do estágio), desde 2011, convidamos as estudantes a participar da pesquisa. Até o momento sete estagiárias foram entrevistadas e neste diálogo, temos por objetivo acompanhar suas estratégias didáticas, para problematizar/refletir sobre as “Pedagogias da não-formalidade ou das tramas complexas” (CUNHA, 2010), tensionando pedagogias escolares e não escolares no sentido de aprimorar as propostas educativas nos Anos Iniciais da EJA. As entrevistas foram gravadas, tabeladas de acordo com suas temáticas e transcritas. Como resultados parciais, podemos relatar que as práticas das estagiárias convergem com os elementos de análise propostos por Cunha (2010) quando se refere às pedagogias da não-formalidade: corporeidade, sensibilidade, saúde mental, estética do trabalho e emancipação. Destacaram a importância de atividades diversificadas, discussões de temas cotidianos e a possibilidade de diálogo para além do prescrito no ambiente escolar, evidenciando o contato corpo-a-corpo com os educandos. Ressaltam que momentos diferenciados na escola contribuem na sensibilização, chamando os estudantes à participação e promovendo saúde mental. Além da possibilidade de reflexão, os educandos podem perceber-se como sujeitos capazes de aprender (estética do trabalho). Estes aspectos contribuem com seus processos emancipatórios, já que sua autonomia é elemento fundamental na prática educativa, segundo os depoimentos analisados.