“COMER O QUÊ?” COMIDA, SEXUALIDADE E RELAÇÕES DE GÊNERO

Willian Kaizer Oliveira

Resumo


A expressão comer na língua portuguesa tem significados polissômicos. Comer pode se referir a ingerir o alimento, mais no sentido cultural de degustar, de apreciar uma boa receita ou bom prato. E ainda, comer também se refere ao ato sexual. Neste sentido, comer tem sentidos muito mais abrangentes do que uma questão puramente fisiológica. Comer está carregado de sentidos, de intenções, de comportamentos, de desejos, de prazer, de afeto, de poder. A proposta da presente reflexão intentar elaborar algumas considerações a respeito da comida, da alimentação e hábitos alimentares, e suas intersecções com a sexualidade. Consequentemente com as relações de gênero. Na alimentação e na sexualidade se materializam as relações e as organizações humanas. Ambas estão, por sua vez, carregadas de uma linguagem erótica. Do ponto de vista teológico, a ideia da comensalidade, o prazer da comida e da sexualidade podem expressar considerações distintas e opostas. Na maioria das vezes, o “comer” recebe reprovação como pecado humano, pois prazer corporal, da entrega às paixões materiais. Por meio de uma leitura crítica, de suspeita, descobriremos com certa facilidade que, pelo contrário, a tradição cristã se funda na ideia de comer juntos (comensalidade). Aliás, come-se o próprio Cristo. Estas considerações podem desvelar os sentidos ocultados do comer hoje. Ou ainda, questionar os lugares, definições e regras que determinam o que é o como comer na atualidade.


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