FLUXOS, DIREÇÕES E VÉRTICES DO MOVIMENTO RELIGIOSO NO BRASIL: A MOBILIDADE COMO PORTA DE SAÍDA DA RELIGIÃO

Resumo

Os censos e pesquisas existentes sobre o campo religioso brasileiro indicam um quadro de diversidade, pluralismo e mobilidade religiosa. Observações mais atentas ao tema permitem a leitura dos caminhos de mobilidade religiosa através de fluxogramas exploratórios da migração religiosa no país. Os fluxos e direções do ir e vir de indivíduos, que trocam de religião, atestam para fluxos preferenciais de circulação. Nesse sentido, estes fluxos podem revelar diferentes rotas da mobilidade religiosa ao sugerir duas hipóteses: a) rotas sem saída, ou b) a porta de saída da religião. Na primeira hipótese, se por um lado, o catolicismo é um grande ‘doador’ universal e o pentecostalismo é um ‘receptor’ universal, havendo troca entre ambos, por outro lado, uma rota de mobilidade entre espíritas ou pentecostais para religiões de matriz africana demonstram o limite do ir e vir, da intermediação e do trânsito.  Na segunda, a alta mobilidade religiosa tem levado a saída da religião, pois ao entrar na ciranda da mobilidade (catolicismo, evangélicos de missão ou pentecostais), o vínculo de pertencimento religioso diminui, aumentando os segmentos dos sem-religião ou evangélicos não determinados.