Interculturalidade e o fator religioso: relações imprescindíveis

Roberto Ervino Zwetsch

Resumo


Nos anos de 1920, José Carlos Mariátegui escreveu um livro muito importante para se entender a América Latina, embora seu título pareça apenas limitar-se à análise do Peru: Siete ensayos de interpretación de la realidad peruana (60ª ed. Lima: Amauta, 1994). Pelo número de edições desse livro, pode-se ter uma ideia do impacto que causou. Neste artigo, pretendo trabalhar um dos ensaios de Mariátegui, justamente aquele em que o autor analisa o fator religioso demonstrando – como pensador de esquerda e marxista – sua abertura para reconhecer a pertença e a vivência da fé religiosa no contexto social e político, sem a qual, como sustentou no ensaio correspondente, nenhuma mudança pode ocorrer neste continente. A mesma consideração positiva da religião se pode observar no início do século 21 na obra de outro pensador marxista, Michel Löwy, ao avaliar a importância do que ele chamou de cristianismo de libertação no seu livro A guerra dos deuses (Petrópolis: Vozes; Buenos Aires: CLACSO; Rio de Janeiro: LPP, 2000). A partir dessas constatações e análises, pretendo incluir na discussão a questão das culturas e da interculturalidade como outro elemento desafiador que não pode faltar numa análise abrangente das condições de vida das pessoas e comunidades religiosas na América Latina. A suspeita a ser demonstrada é que nenhuma transformação da sociedade é possível sem considerar as dimensões objetivas e subjetivas da pertença cultural e da vivência da fé religiosa.

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